Aprendendo com o Jabuti

Percebemos a ânsia de muitos pais que “correm” tentando alcançar metas no processo de educação dos filhos e isso acaba fazendo com que percam coisas incríveis na interação com eles. Se preocupam em ajudá-los a desenvolver competências que os preparem para o futuro, exercendo o papel dos educadores que apontam o certo e o errado a todo momento, mas negligenciando, às vezes, o espaço do desfrute na relação.

Foi no encontro com um Jabuti, na casa de uma amiga, que iniciei uma reflexão a respeito da necessidade da contemplação do percurso. O símbolo do Jabuti nos traz a possibilidade de podermos nos maravilhar com as surpresas do caminho, a possibilidade de sermos surpreendidos pelos nossos filhos que tanto nos ensinam, de podermos caminhar sem pressa, em um ritmo confortável onde caibam pausas, observação e encantamento.

A rotina familiar geralmente é tomada por horários e compromissos onde pais ocupam um papel de fiscalização e cobrança em relação às responsabilidades diárias: comportamentos ligados à higiene, estudo e organização. Com a falta de tempo generalizada na vida das pessoas, esses pais parecem priorizar o tempo dedicado à família para monitorar se as coisas aconteceram “como deveriam acontecer”, ou seja, se os filhos cumpriram com as suas obrigações. Sim, a função do educador também é essa, mas o Jabuti nos alerta para o que estamos deixando de aproveitar durante esse trajeto, para o que não estamos conseguindo enxergar e aproveitar nas maravilhas de acompanhar uma criança crescer.

Sair do automático e dos padrões ideais de futuro favorece um afrouxamento saudável na relação, possibilitando uma aproximação de outra qualidade entre pais e filhos, abrindo um canal maior para vivências mais prazerosas e para a construção da intimidade.

.🐢 Aprendendo com o Jabuti! 🐢