QUEM OLHA PARA FORA, SONHA; QUEM OLHA PARA DENTRO, DESPERTA

Luciana Perri

Como está a sua disponibilidade e observação para o processo de autoeducação?

Como podemos enxergar a criança como mestre nesse processo?

Acreditamos que no processo de educação dos filhos, temos uma oportunidade de olhar para dentro e resgatar questões que muitas vezes estão adormecidas, mas integram a nossa essência.

Este é um processo contínuo de aprendizado já que avançamos e recuamos a todo tempo e nos deparamos com amor, esperança, obstáculos e muita dedicação.

O autoconhecimento e o autodesenvolvimento são passos fundamentais para essa conquista e acontecem a partir do encontro com o outro, apesar de parecer um caminho solitário. Nesse sentido, os filhos são espelhos fiéis de muitos aspectos nossos, que podem ser integrados ao desenvolvimento e crescimento pessoal, mostrando-se reveladores no processo se tivermos olhos para “ver “e presença para simplesmente estar. Através do vínculo com o outro conhecemos mais sobre nosso próprio funcionamento.

Nossa proposta é elaborar com as famílias uma mudança de perspectiva nos padrões, uma vez que os pais chegam em busca de respostas e aplicabilidade de conteúdos fixos e prontos. Esse processo não se dá a partir desse lugar, pois não podemos replicar, acontece de forma única em cada biografia. O que de fato importa nesse trilhar são os frutos que colhemos ao longo da jornada.

Diante desse cenário, percebemos a importância da desconstrução da imagem que a resposta está fora, ou está no outro. Trazer a experimentação e a observação, exercitando a nossa vontade e fazendo dessas reflexões um hábito, é a chave.

O tempo da criança acontece de uma outra maneira, não é linear, poucos minutos no dia são capazes de deixar marcas na sua alma. A manifestação da criança também fala desse adulto e do entorno, tamanha sensibilidade e compassividade que eles têm. Seria muito proveitoso irmos em direção a esse despertar.

Dessa forma, os pais têm a possibilidade de voltar o olhar para si podendo percorrer o processo com confiança, ao invés de projetar nos filhos os seus anseios e desejos.

Estou aberto a essa oportunidade que está sendo trazida pela criança?

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