Quantas vezes reagimos de forma impulsiva na relação com nossos filhos? Diante de um comportamento inadequado deles, de uma situação nova que nos deixa inseguros como pais, de algo que percebemos como perigo ou como uma situação desagradável, é comum agirmos de forma automática, tomados por fortes emoções. Também é frequente, após o ocorrido, refletir que de novo não tomamos a atitude mais adequada e, nesse momento, nos questionamos – por que não consigo fazer diferente?
Reações automáticas aparecem quando não temos consciência de aspectos da nossa própria história. Por exemplo, uma mãe pode ficar muito angustiada cada vez que o filho não come direito porque, na sua própria infância viveu uma relação em que os pais também ficavam muito preocupados com essa questão.
Assim, nossos filhos fazem, o tempo todo, entrarmos em contato com a nossa própria história e, quanto mais nos tornamos conscientes dela, mais conseguimos atingir uma maturidade emocional. Isso, consequentemente, nos fornece melhores bases para nos relacionar com os nossos filhos.
Siegel, D. e Hartzell, M (2020) denominaram de FLEXIBILIDADE RESPONSIVA, a capacidade mental de avaliar os inúmeros processos mentais, com impulsos, ideias e sentimentos para elaborar uma resposta bem embasada; ou seja, ao invés de reagir automaticamente a uma situação, o indivíduo se torna capaz de inibir comportamentos impulsivos, de adiar a gratificação, consegue refletir e escolher intencionalmente uma direção apropriada para agir.
Siegel, D. e Hartzell, M, Parentalidade Consciente – como o autoconhecimento nos ajuda a criar nossos filhos, São Paulo, nVerso, 2020.